ATA DA SEPTUAGÉSIMA QUARTA SESSÃO SOLENE DA SEXTA SESSÃO LEGISLATIVA
ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 06.12.1988.
Aos seis dias do mês de dezembro do ano de mil novecentos e oitenta e oito reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Septuagésima Quarta Sessão Solene da Sexta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura, destinada à entrega dos Títulos Honoríficos de Cidadão Emérito aos Senhores Derbi Bordin e Félix Peter, concedidos através dos PRs nºs 39 e 40/88 (processos nºs 1713 e 1714/88). Às dezessete horas e trinta minutos, constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e convidou os Líderes de Bancada a conduzirem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Ver. Brochado da Rocha, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Dep. Athos Rodrigues, representando, neste ato, a Assembléia Legislativa do Estado; Dr. Herman Cláudio Bojunga, Vice-Presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Rio Grande do Sul; Dr. José Zamprogna, Conselheiro Benemérito da Associação Comercial de Porto Alegre; Senhores Derbi Bordin e Félix Peter, Homenageados; Senhoras Marlene Tochatto Bordin e Luiza Nair peter, esposas dos Homenageados; Ver.ª Gladis Mantelli, 1ª. Secretária da Casa. A seguir, o Sr. Presidente concedeu a palavra ao Ver. Hermes Dutra que, como proponente da Sessão e em nome da Casa, disse que o dia de hoje tem uma característica inédita neste Legislativo, pois em uma Sessão conjunta são homenageadas duas personalidades que, por suas atividades empresariais, lutam juntos em prol da nossa comunidade. Destacou que os homenageados representam aqueles empresários que defendem a livre empresa, preocupam-se com a realidade que os cerca, participam da vida da nossa Cidade e estão ao lado das boas causas. Ainda, discorreu sobre a trajetória de cada um dos homenageados. Após, o Sr. Presidente convidou o Ver. Hermes Dutra a proceder à entrega dos Títulos Honoríficos de Cidadão Emérito e do Troféu Frade de Pedra aos Senhores Derbi Bordin e Félix Peter e concedeu a palavra a S.Sas., que agradeceram a homenagem prestada pela Casa. Em continuidade, o Sr. Presidente fez pronunciamento alusivo à solenidade, convidou as autoridades e personalidades presentes a passarem à Sala da Presidência e, nada mais havendo a tratar, levantou os trabalhos às dezoito horas e trinta e seis minutos, convocando os Senhores Vereadores para o Sessão Extraordinária de amanhã às nove horas e trinta minutos. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Brochado da Rocha e Artur Zanella e secretariados pela Verª Gladis Mantelli. Do que eu, Gladis Mantelli, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente e por mim.
Inicialmente, a Câmara Municipal cumprimenta os amigos e admiradores dos homenageados. A seguir, dando curso à nossa Sessão, a Casa, neste ato, se fará ouvir pelo autor da presente proposição, ressalvando, entretanto, que o presente Expediente foi aprovado em 1º de setembro e teve votação unânime, para ambos os títulos.
Com a palavra o Ver. Hermes Dutra.
O SR. HERMES DUTRA: Exmo.
Sr. Ver. Brochado da Rocha, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, prezadas
Senhoras Marlene Tochatto Bordin e Luiza Nair Peter, esposas dos homenageados,
meus caros Derbi e Félix, meus senhores e minhas senhoras. O dia de hoje tem
uma característica um tanto inédita na Câmara Municipal de Porto Alegre, que é
a de fazer uma homenagem dupla. Não se homenageia duas pessoas, entregam-se
dois títulos de Cidadão Emérito a duas pessoas desta Cidade e que, por
conviverem na mesma área geográfica, não no mesmo local, por se identificarem
por lutas comuns, entenderam que a Sessão a que cada um teria direito, conforme
reza a Lei que criou o Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre, fosse
transformada numa Sessão conjunta para os dois, para caracterizar até mesmo a
luta conjunta que ambos fazem. Hoje à tarde, prezado Peter e prezado Bordin, me
telefonava, angustiado, o ex-Deputado e nosso comum amigo Nelson Marchezan, que
me pedia que transmitisse da tribuna a vocês o abraço muito fraterno e sincero
dele, porque teve de viajar no final desta tarde, para Brasília, para uma
reunião importante, e não pode estar aqui para dar-lhes o abraço, e me pediu
para que fosse o intérprete. Meus senhores, minhas senhoras. Há empresários que
são aqueles que dirigem uma empresa, que pode ser de sua propriedade, ou que
tem parte na empresa, ou na sociedade com outras pessoas. Que se preocupam,
única e exclusivamente, em viver para a sua empresa. Infelizmente têm muitos
empresários assim: são pessoas que procuram tirar cada vez mais lucro de suas
empresas, das suas atividades, e fazem ouvidos e olhos de mercador para a
realidade que os cerca. À este tipo de empresários, não interessa as condições
do seu ramo de negócio, contando apenas que ele e a sua empresa vá bem; os
outros que se virem. Mas há outros empresários, que se não são no número que
nós gostaríamos que fossem, felizmente, em Porto Alegre, temos bastante, que se
preocupam com a realidade ao seu redor, e não somente quando lhes interessa
essa preocupação; preocupam-se, isto sim, com a realidade ao seu lado, a
realidade que os cerca, porque entendem ser um dever de exercício de sua
cidadania. Há empresários que não defendem a livre empresa, e sim a sua
empresa, mas há empresários que, pela atividade que desenvolvem, defendem o
regime de livre empresa, se dedicam à defesa quase que intransigente dessa
forma de vida, que nós, cá do mundo ocidental, já elegemos como a melhor forma
de conviver em sociedade. Hoje estamos diante desse empresário que se preocupa
com a realidade que o cerca, estamos diante de duas pessoas que confundem o seu
papel de homem, de cidadão, e de empresário; homens que não se fecham numa
redoma, alheios a tudo e a todos, como se não fossem responsáveis pela sua
Cidade. Estamos hoje homenageando dois homens de linha de frente. Dois homens
de fazer, de realizar. Estamos diante de dois homens que poderíamos entregar a
eles uma mensagem a Garcia, porque sabemos que esta mensagem será entregue. Não
ficariam buscando obstáculos na dificuldade de entregá-la, de achar o
destinatário. São homens que poderíamos entregar-lhes uma mensagem com a
certeza que chegaria a Garcia. Dois homens que na direção das empresas em que
labutam fazem-na produzir, sim, e fazem-na dar lucros. Mas não se ilham, dentro
desta questão ignorando o resto.
Derbi Bordin e Félix Peter, dois homens que souberam estar ao lado das
boas causas e as defenderam com intransigência, até, mas sempre com a certeza
que faziam o melhor e que estavam do lado certo. Por certo, aliás, ao longo da
vida dos dois muitas vezes aconteceram percalços, muitas vezes foram
incompreendidos e quem sabe muitas vezes até injustiçados no julgamento de suas
ações, mas isto é próprio da natureza humana e só é julgado quem faz, porque
não se joga pedra em árvore que não dá fruto. Aquela que floresce, dá frutos
saborosos, há esta sim, esta é preferida para aqueles que só sabem jogar
pedras. Mas eles sim, esta é preferida para aqueles que só sabem jogar pedras.
Mas eles sempre continuaram com a firme determinação de quem tem a consciência
de que está cumprindo o seu dever, como disse, como empresário e como cidadão e
continuaram com a sua trajetória trabalhando e fazendo, com uma única
preocupação: defender os interesses de sua classe, do seu bairro e de sua
Cidade. Falar sobre o Derbi Bordin acho que é plenamente dispensável, porque os
senhores, melhor do que eu, o conhecem e muitos têm o privilégio de conviver com
ele. Mas não posso deixar, até por uma questão de registro histórico, para que
os Anais da Casa guardem para os pósteros, de tecer umas rápidas linhas sobre a
figura de cada um dos nossos homenageados. Quando se fala em Bordin, alguém
eventualmente poderá associar à sua empresa que dá seu nome e que faz
propaganda, como muitas outras, mas fundamentalmente a maioria das pessoas ao
ouvirem seu nome o associam à Associação dos Amigos do Bairro Anchieta, a tal
ponto que se falarmos no Derbi Bordin e no homem da ADABA será mais conhecido
pela segunda qualificação porque ali demonstrou, dirigindo essa Associação,
todo seu espírito empreendedor, seu espírito catalisador, de saber juntar em
torno de uma causa, empresários e moradores, pessoas que muitas vezes tirando
recursos de seu próprio bolso acham a solução para os problemas da comunidade.
É muito fácil criticarmos, reivindicarmos e pedirmos. Difícil é contribuirmos
para a solução dos problemas. Há um ditado popular que bem define o espírito do
nosso homenageado: “mais vale acender uma vela do que maldizer a escuridão”.
Hoje precisaríamos de muitos outros Bordin para que acendessem velas ao invés
desse exército de pessoas que só sabe maldizer a escuridão. Quem teve a
oportunidade de assistir ao desenvolvimento do Bairro Anchieta com suas
indústrias, às brigas que a Associação dos Amigos do Bairro Anchieta comprou
com o firme e único propósito de desenvolver aquele Bairro dotando-o da
infra-estrutura necessária para que ali se instalassem equipamentos de lazer?
Não. Para que ali se instalassem empresas que vão gerar empregos, impostos, boa
alimentação, boa educação para a população da nossa Cidade. Esta foi à luta do
Bordin para ficarmos numa luta recente, pois se formos ver o seu currículo, já
desde os tempos de colégio o Bordin já se preocupava com essas questões da
entidade de classe da defesa dos interesses e hoje faz parte de um sem número
de associações desde o Sindicato da Construção Civil, Associação Comercial,
enfim, não há segmento da área profissional do Bordin da qual não vá alguém lhe
buscar para fazer parte, para ajudar e ele convicto que é que os mais ocupados
são os que sempre tem mais tempo para dar a comunidade, nunca diz não, de forma
que se formos olhar o seu currículo é extensa a folha de entidades da qual ele
faz parte.
Nosso outro homenageado, o Félix Peter, este alemão bonachão, simples,
acanhado até na forma de ser, porque tenho certeza que o seu coração não cabe
dentro deste corpo e olhem que ele não é uma pessoa baixinha. O Peter é uma daquelas
pessoas que vem chegando como quem não quer nada, com esta conversa mansa e
esta voz macia e aos poucos consegue trazer ao seu redor pessoas que juntas
consigam também, lutando pelos interesses seja do seu segmento de atividade
profissional, seja pela comunidade onde exerce a sua atividade consegue fazer
que se reúnam em torno desses ideais aqueles que detêm o meio de produção e
aqueles que datem a força de trabalho. Exemplo maior disso é a sua ação como
Presidente ainda hoje desde a sua fundação em 84, da Associação dos Empresários
do Bairro Humaitá, hoje, bairro felizmente e graças a ação da diretoria, dos
moradores lá daquele bairro comandados por Félix Peter.
Dizia eu que ele consegue reunir aquele que detêm o capital, o
empresário e aquele que detêm a força do trabalho que é o morador. E a sua
Associação, a Associação dos Empresários do bairro Humaitá que vivem numa
harmonia quase que perfeita com as várias entidades de moradores, quase duas
dezenas da área de influência da associação, onde uns participam da reunião dos
outros para que possam se integrar, ver os seus problemas e juntos equacionar
soluções. Vejo aqui no Plenário, meu caro irmão de ideal escoteiro Ival
Ultramar, que é Presidente do Consepo, Conselho de Segurança, pró-segurança
pública, lá do Bairro Humaitá, também idealizado por esta figura que estamos
hoje a homenagear que é o Félix Peter. E assim tantas e tantas outras
iniciativas, e me lembro, ele talvez nem se lembre, porque muito antes de
conhecê-lo pela atividade que exerço, a escuta do rádio, quando se anda de
automóvel é quase que uma obrigação, e muitas e muitas vezes ouvi entrevista de
um cidadão brigando com o Governo, para que não aumentasse tanto os impostos
que são embutidos no preço do automóvel, porque lembrava ele naquela época,
porque já se vai meia dúzia de anos, de que se o Governo continuasse com essa
política, ruim por sinal, de aumentar cada vez mais e mais impostos no preço
dos automóveis, fatalmente ia excluir uma parcela significativa do mercado
automobilístico. E outra coisa não ocorreu, hoje lamentavelmente uma boa
parcela da classe média brasileira não consegue ter acesso a um automóvel, que
embora tivesse sido ele vitorioso um pouco na sua péssima redução do imposto,
ainda representa um verdadeiro assalto no bolso do cidadão brasileiro essa
importância elevadíssima que temos que distribuir para o Governo. E me lembro,
Peter, das entrevistas que tu davas, reclamando, brigando, dizendo que era
importante, viajando, participando de reuniões nacionais, defendendo, é bem
verdade, o teu ramo de negócio, mas estavas também defendendo o cidadão. Porque
menos até dói pagar imposto, dói mais é não receber o dinheiro deste imposto
que se paga na forma de bons serviços. Mas infelizmente isso é o que acontece
em nosso País. O Félix Peter, também como o Bordin, tem um extenso currículo de
participação em entidades afins a sua atividade profissional, mas essas coisas
como dizia um amigo meu quando cumprimentavam uma pessoa pelos seus 80 anos de
idade, ele dizia: parabéns, afinal de contas para se chegar a 80 anos leva-se
80 anos, não é de um dia para o outro que se chega a essa idade. Me lembro
dessa figura, desse simbolismo, Félix, para dizer que essas coisas também não
caíram do céu. Isso foi fruto do teu trabalho, da tua pertinácia, do saber
vencer as dificuldades e, sobretudo ter a confiança em si mesmo a ponto de, não
mais já rapazote, ainda na década de 70, ter a coragem de freqüentar os bancos
de uma faculdade para se aperfeiçoar nos seus conhecimentos, não só da área técnica,
mas, também, a nível cultural. E lá mesmo – disse – um rapazote, não faltou a
sua veia dos problemas da comunidade. Cursando uma faculdade, lá pela década de
70, tão logo houve possibilidade, lá estava ele, na comissão que organizava o
diretório acadêmico da sua faculdade. Então na verdade, como disse, estas
coisas não caem do céu: isso é fruto de uma longa tradição de luta que se
expressa nas pequenas e grandes coisas; que faz com que homens que nós estamos
hoje a homenagear sejam reconhecidos pela sua cidade, expressa a sua vontade na
votação desta Casa que é composta por representantes eleitos livremente e que
aqui dão o seu voto, dão com a consciência de que efetivamente estão fazendo o
melhor e que, sobretudo, é merecido. Há um outro episódio que também não posso
deixar de citar, até mesmo por uma questão de registro histórico: foi a luta em
que se empreenderam os nossos dois homenageados, até mesmo brigando com a
cidade, mas não a briga com a cidade por serem contra a cidade. Não. Era a luta
por uma parte da cidade que exigia, pelo menos, que retornasse àquele setor o
que dali lhe era tirado através de impostos. E esta luta não foi em vão, porque
a luta de vocês foi compreendida por uns, incompreendida por outros, mas na
verdade deixou uma grande lição, acho que a todos nós, a de que uma comunidade,
quando se une em torno de um ideal, ou se atende os reclamos desta comunidade
ou ela faz valer a sua força, seja através de uma eleição, seja através de
pressão, ou de qualquer outro meio, que era o caso específico daquela área
abandonada e que continua ainda, diga-se de passagem, mas que pelo menos hoje,
a Cidade já tem os olhos voltados para aquela parte da Cidade, que até pode-se
achar que fica longe, não fica, é logo ali, oito quilômetros, no máximo, daqui,
mas que, reconhece-se o que gera para o Município, não retornam sequer 20% para
a aplicação de melhorias. Nesse aspecto, a luta da ADABA, que o Bordin até hoje
preside, e também em menor escala em função de ser mais moderna, não em função
de menos trabalho, da Associação de Empresários do Bairro Humaitá, na verdade,
representou fundamentalmente a solução dos problemas que o Município não
resolvia. A luta desses homens foi forjada exatamente em cima deste não olhar
por parte da Prefeitura ao Bairro Humaitá, Anchieta, hoje Farrapos, e até mesmo
para uma parte do Navegantes. Ficou lições, sim, da luta de vocês. Este também
representa, o grande ato de justiça, porque reconheceu na luta de vocês, não a
idéia separatista, como alguns quiseram tisnar, mas talvez reconheceu aquele
separatismo, que tinham os nossos antepassados, lá pelos idos de 35, que, na
verdade nunca quiseram a separação do Brasil, até porque morreremos para marcar
fronteiras, indo depois deixar o País? Não. O que queríamos em 35, e o que eles
queriam agora, era apenas que fossem olhados como cidadãos desta cidade, com
direito a serviço público bem-prestado e com direito ao retorno do alto imposto
que todos pagaram. Vocês foram forjados nesta luta e este reconhecimento de
hoje é parte do que a Casa pode fazer.
Por uma questão de dever, até comigo, digo que essas pessoas, a Cidade
nos apresenta essas pessoas, que conseguem, como o Bordin e como o Félix, por
que vivemos num regime de livre iniciativa. E como é bom podermos ter um regime
de livre empresa, em que cada um procure aprimorar-se mais, para produzir
melhor para o cidadão que vai adquirir o bem, o produto ou o serviço que lhe é
ofertado.
Como é bom ter mais e mais empresas, para que não só gere empregos, mas
que, sobretudo, nos permitam exercer o direito de escolha, porque o direito por
ser direito, por si só ele não existe. Ele só existe quando ele pode ser
praticado.
Como é bom, Sr. Presidente, termos empresas livres, termos um regime
que se possa investir, até mesmo – quem sabe hoje, com alguns pontos de
interrogação, em função dos dias conturbados em que vivemos. Mas a esses dias
conturbados em que vivemos, lhe deixaria o exemplo desses dois homenageados de
hoje: pertinácia, trabalho, dedicação e sobretudo luta contínua em defesa daquilo
que se acha que é certo. Infeliz do País em que as pessoas se encolhem e têm
vergonha de lutar. Porque é preferível se errar trabalhando, do que se acertar
por omissão. E omissão é uma palavra que o dicionário destes dois não conhece.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Antes de chamarmos o Vereador
requerente para proceder à entrega do Diploma de Cidadão Emérito aos nossos
dois homenageados do dia de hoje, permito-me, acrescentando àquilo que o Exmo.
Sr. Ver. Hermes Dutra colocou, que esta Presidência, ao abrir os trabalhos, e
dizer eu a votação foi unânime aos dois, em verdade tinha um significado maior
do que S.Exa., da tribuna, colocou. É de que poderíamos estar separados de
Cidade. Entendemos diferente. Não é Vereador? Entendemos de fazer com que ambos
passassem a ser patrimônio da Cidade em vez de separarmos da Cidade.
Entendeu esta Casa –
repito – de fazer ambos patrimônio desta Cidade, e como tal devem ter consigo o
Diploma que representa, na condição de Cidadão Emérito, um exemplo para a
Cidade.
De outra forma
receberão, também, S.Exas., um troféu, o Troféu Frade de Pedra instituído pela
Câmara de Vereadores para que S.Exas., nas suas residências ou nos seus
trabalhos, possam simbolizar a Cidade, que por si só eles próprios já
simbolizam.
Convido o Ver. Hermes
Dutra a fazer a entrega do Diploma, e esta Presidência entregará o Troféu.
(É feita a entrega dos Diplomas e dos Troféus.)
(Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Artur
Zanella): Assumo a Presidência dos trabalhos em virtude do
Presidente precisar se ausentar para cumprir outros compromissos.
Passo a palavra
ao Sr. Derbi Bordin.
O SR. DERBI BORDIN: Exmo. Sr. Artur Zanella,
Presidente, em exercício da Câmara Municipal de Porto Alegre, Sr. Fé1ix Peter,
meu caro companheiro agraciado, Sra. Marlene, esposa do homenageado, meus
senhores, minhas senhoras: após ouvir essas palavras elogiosas proferidas por
este Vereador, que é muito nosso amigo, Hermes Dutra, que nos confere esta
Comenda, até nos sentimos um pouco acabrunhados em podermos fazer uma
manifestação. Realmente, o Ver. Hermes Dutra foi excessivamente benevolente.
Mas quero dizer a todos os senhores, em especial a esta Mesa, que me
sinto, sumamente, honrado, ao receber, hoje, esta homenagem de toda a
representação de Porto Alegre, da nossa Câmara de Vereadores, e digo, porque
gostaria, embora na nossa comunidade temos um princípio, nunca dividir, sempre
somar e multiplicar; gostaria, neste momento, de dividir, exatamente, dividir.
E, esta divisão eu começo com uma homenagem aos meus pais, aqui presentes, que
foram uma das bases, alicerces da minha vida, felizmente, muito satisfeito,
muito orgulhoso os dois estão, aqui, neste momento, conferindo esta homenagem
que me é feita pela Câmara de Vereadores.
Também, posteriormente, ao meu querido mestre, que hoje, está aqui, o
Professor Guilherme Muggi, com muita honra, eu o vejo no Plenário, é mais uma
das bases daquilo que, hoje, eu estou aqui recebendo, e minha esposa Marlene,
meus filhos as três meninas: Luciana, Juliana e a Mariana, faltou o Ricardo,
varão, ficou em casa, não estava bom. Sem sombra de dúvida é o grande alicerce
no qual me baseei e me fundamentei para chegar numa comunidade tão laboriosa e
tão criteriosa como é a comunidade do Bairro Anchieta. Digo isto com grande
satisfação e orgulho, porque existe aquele velho ditado que diz: uma andorinha
não faz verão. Então, agradeço a gentileza das palavras do Hermes, mas
realmente quero dividir nesse tripé e espraiando na minha comunidade aonde
cheguei e encontrei essa plêiade de empresários quero dividir com eles o mérito
desse momento. Quero dizer a todos os companheiros que no princípio de não
dividir, mas de somar e multiplicar nós buscamos um trabalho bastante intenso,
primeiro, na comunidade residencial, buscando junto a ela o seu bem estar
social, construção de Clube de Mães, melhorias das condições de colégios
públicos, reforma do bonde que era o restaurante onde chovia dentro e os jovens
ali faziam suas refeições, buscando médico, psiquiatra na Secretaria da Saúde
para atender os jovens que apresentavam problemas na comunidade, enfim, uma
série de trabalhos que foram desenvolvidos como limpeza de ruas, plantação de
árvores frutíferas. Um trabalho que se desenvolveu realmente numa comunidade,
como bem disse o Hermes Dutra, é uma comunidade carente, mas que com o trabalho
intenso de todos temos a certeza de que conseguimos melhorar consideravelmente
suas condições, posteriormente, buscamos, é evidente, como Porto Alegre não tem
uma área industrial e entendemos que a tendência de todas as capitais, não do
Brasil, mas do mundo, e temos um fato muito recente que foi Nova Iorque,
entendemos que todas as cidades têm a característica de abandonar o setor
industrial, que é o grande gerador de impostos, de empregos e de riquezas, para
tornar-se uma cidade de serviço. Nós temos consciência disso, mas nós não
aceitamos com muita tranqüilidade essa posição, porque nós temos uma área onde
está urbanizada, onde os investimentos da sociedade foram feitos, e da qual
nós, como empresários, temos a obrigação de buscar, lá, o retorno dos
investimentos feitos. Sentimos em Curitiba uma cidade industrial implantada,
quando os índices de queda de recolhimento de impostos e de atividades
industriais foi bem menor que as outras capitais brasileiras, razão pela qual
nós, com tenacidade, buscamos, realmente, estabelecer no Bairro Anchieta,
primeiramente naquilo existente e, posteriormente, naqueles 1000 hectares
existentes, hoje “in natura” uma área
industrial. Curitiba implantou uma cidade de 4.500 hectares, e nós
pretendíamos, realmente, ampliar para a nossa área industrial em 1000 hectares.
Notamos, também, que a nossa Cidade é muito conservadora, no que pese que há
aqui os melhores cérebros do Estado — e não levem a mal aqueles que são do interior,
pois eu também o sou - mas, realmente, as grandes faculdades estão em Porto
Alegre. Então, aqui devem estar os grandes cérebros e aqui deveriam estar as
indústrias dinâmicas. E nós ainda mantemos em Porto Alegre um nível muito alto
de indústrias conservadoras. Baseados nisso que nós buscamos fundamentar todos
esses parâmetros. Nós buscamos, então, estabelecer um trabalho, de tal sorte
que nós pudéssemos enriquecer a nossa sociedade, enriquecer a nossa Cidade,
enriquecer, enfim, os nossos amigos, com a condição de ter aqui, na nossa
Cidade, uma maior geração de riquezas. E, dentro desse espírito, é que nós
desenvolvemos uma série de obras em todas as áreas de atividades. É evidente
que, para estabelecermos estas obras, fizemos incursões do Governo Federal, do
Governo Estadual e do Governo Municipal. Eu me lembro quando o Dib era
Secretário da SMOV e eu disse a ele: “ Dib, põe um papelzinho na tua mesa, aí:
Bordin.” Naquela época, nós tínhamos que ter os projetos prontos, para que,
quando houvesse uma sobra de recursos do
Governo Federal, eles ligavam para Porto Alegre e diziam que tinham um recurso
para fazer uma obra tal. Então, nós dizíamos, Dib, não tira este papel da tua
mesa.” Realmente foi um trabalho que nós desenvolvemos para que, na hora da locação
do recurso, nós pudéssemos, então, usufruir destes recursos em benefício da
comunidade.
Realmente foi um trabalho intenso, bastante
árduo, como eu dizia com incursões na área Estadual, Federal e Municipal, e foi
aí que nós realizamos, e digo com muita satisfação, uma coisa que mais ou menos
é comum no Estado de Santa Catarina, na capital do Estado, o Governo executar
obras viárias. Nós na nossa comunidade do Bairro Anchieta, realizamos a
primeira obra dentro da Cidade de Porto Alegre que foi a Av. João Moreira
Maciel, como é comum na nossa cidade, toda a Rua, toda a Avenida, todo
logradouro público tem dois nomes, o nome popular é Avenida Portuária. Então,
vejam os senhores, foi uma incursão junto ao Governo do Estado.
Nós vamos citar uma outra incursão junto ao
Governo Federal. O Governo Federal, eu nunca esqueço o Harry Amorim Costa, hoje
falecido, foi nosso amigo, ele era Diretor Geral do DNOS em nível nacional. Um
dia liguei para ele e perguntei: “tu vens para Porto Alegre todos os fins de
semana, não vens?” Ele disse que sim. “Tu chegas Sexta-feira?” Sim. Então,
Sexta-feira, tu és nosso convidado para jantar conosco na CEASA, jantamos, e
saiu o valão, que é o valão que escoa as águas do aeroporto até o Rio Gravatai.
Foi uma obra que foi iniciada no meio da obra, porque não tinha projeto pronto.
Realmente são trabalhos muito lindos, incursões que nós fizemos e eu citaria
aqui a Av. das Indústrias, na zona sul do Bairro Anchieta, que nós chamamos, e
executamos a Avenida com 25 mil metros de pavimentação. Estas obras são
realizadas pela nossa comunidade com recursos alocados pela nossa comunidade. A
Av. das Indústrias houve um preparo feito pelo próprio Município com o dinheiro
vindo do Governo Federal, a fundo perdido. Nós fizemos o acesso da Av. das Indústrias,
mais 800m², a pavimentação da Jaime Vignole, trecho entre a Fernando Ferrari,
aquele trecho que vai para o Macro, também às expensas das nossas empresas, a
pavimentação da Moreira Maciel, esta que eu acabo de citar que foi um caso da
conquista da primeira obra realizada pelo Governo do Estado na Cidade de Porto
Alegre. Em cima do valão feito pelo DNOS, executamos um aterro de cerca de 300
mil metros cúbicos de material, tudo administrado por nós, sem um custo para o
Município, coordenamos todo o projeto de urbanização em cima do valão depois,
era então Ministro o Cloraldino Severo, nosso companheiro gaúcho, pavimentamos
a Eugênio Rubbo, com 2.000m², fizemos 600m de esgotos pluviais, fizemos toda a
instalação de água na zona sul do Bairro Anchieta, toda ela feita e paga por
nós, instalamos duas pontes, inclusive com responsabilidade técnica nossa,
equipamento nosso – e o Dib está confirmando. Realmente duas pontes que nós
montamos lá e que estão até hoje funcionando. Conseguimos que a CRT executasse uma
obra muito importante para a comunidade e vejam que, hoje, nós estamos lá com
cerca de 10 mil homens de mão de obra direta, desenvolvendo as suas atividades
nesta comunidade, que foi uma Segunda linha de segurança, de energia elétrica,
para que nos eventuais acidentes, as indústrias não parem. Então, eu estava
contando ao Deputados Athos que, também, quando não existiam telefones em Porto
Alegre, nós desenvolvemos um projeto com a CRT, pelo qual identificávamos os
pontos onde seriam instaladas as indústrias, Conseguimos, na época, há cerca de
8 anos atrás, um projeto de instalação de telefone, mediante o qual cada
empresa que chegasse no Bairro Anchieta, embora não houvesse telefones em Porto
Alegre, nós alocávamos o telefone para aquela indústria. Mas, meus amigos, eu
quero lhes dizer que todos estes trabalhos que eu nominei aqui para não
esquecer fazem parte dos 14 anos em que trabalhamos e que não poderei mencionar
todas as realizações, pois ficaria aqui por horas falando. Quero dizer, também,
que o Félix Peter, nosso companheiro, tem uma Associação que foi fundada pela
Associação dos Amigos do Bairro Anchieta, assim como também temos em
Florianópolis, uma grande associação, também fundada pela nossa comunidade. Mas
quero dizer a todos os senhores que, no que pese a grande base que tive, nesse
critério, pais, professores e família, mulher e filho, que me aturam, quando
chego em casa cansado, naquela agitação, tivemos uma grande participação dos
Vereadores da Câmara de Porto Alegre, e dos Prefeitos, aqui estão o Hermes, o
Zanella, e tivemos casos de indústrias que não podiam ser instaladas, e nós
trabalhamos, assiduamente, era então Secretário da Indústria e Comércio, e por
uma ironia do destino, aquelas coisas que se chama elitização do Plano Diretor,
nós não podíamos instalar, numa área industrial, uma grande empresa, que
trabalha mais no atacado da área industrial. O Bairro Anchieta, como o Humaitá
são a entrada de Porto Alegre, e é o local onde devem ser instaladas as
empresas. Bem amigos, mais recentemente, com a participação dos nossos
Vereadores tive a grata satisfação de participar, em diversas oportunidades, do
programa Câmara nos Bairros, e eu entendi o programa como sendo muito
importante, fundamental, porque, como diz o nosso amigo Jorge, o futuro
Presidente da Associação, pois estou deixando hoje, nós vivemos aqui 24 horas
por dia, nós conhecemos os nossos problemas, e é por isso que nós temos que Ter
participação na solução e na orientação dos problemas que devem ser atacados na
nossa comunidade. (Palmas.) Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: É concedida a palavra ao Sr. Félix Peter.
O SR. FÉLIX PETER: Ver. Artur Zanella,
vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Presidente em exercício
desta Casa, Sr. Derbi Bordin, companheiro homenageado, sua esposa, Sra. Marlene
Tochatto Bordin, minha esposa, Luiza Nair Peter, minhas senhoras e meus
senhores eu não possuo número de obras para enumerar como o meu companheiro
Bordin, também ele tem 10 anos mais de associação e é um dos que me ajudou a
fundar a Associação dos Empresários do Bairro Humaitá, por isso perdoe-me se
não tenho condições de enumerar tantas obras como as enumerou o colega,
companheiro e amigo Derbi Bordin. Fazer o quê? Estamos lutando e quem sabe um
dia então poderemos fazer isto, em outra oportunidade.
As minhas primeiras palavras são de agradecimento ao Presidente desta
Casa Legislativa pela gentileza em acolher-me em mais esta oportunidade. Ao
Ver. Hermes Dutra por Ter proposto a concessão do Título de Cidadão Emérito de
Porto Alegre a este que vos fala e a todos os demais senhores Vereadores da
Capital do Estado por terem tido a gentileza de aprovarem a proposição por
unanimidade. Está claro que o Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre honra e
dignifica a qualquer mortal, ainda mais a um simples trabalhador como eu. Razão
que faz deste um dia muito especial para mim, meus familiares, meus
companheiros e amigos, pois com eles todos divido a honraria hoje recebida pois
reconheço que não devo, não posso e não quero esquecer o fato de que foram
muitas as pessoas que colaboraram para a realização desde momento tão
gratificante da minha existência. Infelizmente não dispomos de tempo para
agradecer a todos e a tudo nesta ocasião tão solene e significativa, entretanto
citarei alguns importantes nomes que se uniram no distante 22 de janeiro de
1934 quando teve início tudo. Presentes ou não, tudo e todos saberão entender
que sou muito grato por suas participações destacadas para a realização deste
ato altamente significativo na minha passagem pela terra. Ignácio Peter, Maria
Alzira Peter, meus pais, já falecidos, Bom Princípio, minha terra natal, aliás,
Santa Teresinha do Forromeco, no interior de Bom Princípio, onde nasci e vivi
meus primeiros quinze anos, Colégio São Jacó, em Novo Hamburgo, todos os meus
irmãos, Dona Nair, minha esposa, que me atura há 31 anos, nossas filhas
Margarete, Elizabete, Cristina, minhas netas, meus genros, enfim, à Mesbla onde
iniciei minha atividade em 14 de janeiro de 1954, como ajudante de arrumador na
seção de peças; à Auto Pertences, Primorosa, ao Norman Kiss, meu patrão, ao
Lauro Kiss, irmão do Norman, à Sulbra, representada pelo Bruno, às Faculdades
Canoenses de Ciências Administrativas e Contábeis onde tive a felicidade de
cursar o Curso Superior, ao seu Diretório Acadêmico, do qual fui um fundador e
primeiro presidente, ao Expresso Rio Grande - São Paulo, empresa do nosso
grupo, à Associação Brasileira dos Revendedores de Caminhões Fiat, do qual fui
fundador e um de seus presidentes, à Associação Brasileira dos Concessionários
Fiat, do qual sou conselheiro; reuniões trimestrais dos Concessionários FIAT do Rio Grande do Sul; Associação
Brasileira dos Distribuidores de Veículos automotores, ABRAVE; Associação dos
Empresários do Bairro Humaitá; Associação dos Empresários da Zona Sul de Porto
Alegre, aqui representada por um de seus diretores; Sindicato dos Veículos e
Peças; Sindicato de Reparação de Veículos; Associação dos Amigos do Bairro
Anchieta, ADABA, com o meu querido Bordin, que se confunde ADABA e Bordin;
Associação dos Moradores do Parque Humaitá, que tem lutado conosco na tentativa
de solucionar os graves problemas de nosso bairro, que é comum a todos,
empresários e moradores; ao Clube de Mães do Parque Humaitá, com o seu
presidente aqui também presente; outras associações de empresários e o
CONCEPRO, que nós tivemos a felicidade de fundar, é o primeiro CONCEPRO de
Porto Alegre.
Devo Ter esquecido uma série de nomes que deveriam Ter sido
mencionados. Entretanto estou absolutamente certo de que mesmo os esquecendo
saberão bem entender e compreender o quanto estou agradecido para todo o
sempre. Um agradecimento todo especial devo fazer a nossa cidade de Porto
Alegre, capital do nosso Estado do Rio Grande do Sul que há tempos, como em
1954 soube tão bem acolher a mim e a tantos outros que aqui residem e
trabalham.
Muito obrigado Porto Alegre. Prometo esforçar-me ao máximo para
conservar-me sempre digno do Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre que hoje
recebo através dos Srs. Vereadores desta Câmara Municipal. Muito obrigado
finalmente a Deus, por tudo de bom que aconteceu comigo no decorrer de toda a
minha vida. Dai-me forças Senhor, hoje e sempre, para que eu consiga ao menos
continuar tentando ser de alguma utilidade aos meus semelhantes, para que eu
consiga continuar sendo justo para com todos aqueles que comigo trabalham, para
que eu consiga ser participante e pelo menos em grande parte das questões de
ordem de ordem coletiva. Para que eu jamais desanime na busca do bem comum para
todos e para que eu consiga pelo menos ser participativo com todos que me
rodeiam. Muito obrigado a todos. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Ao ensejo do encerramento
desta solenidade, cabe somente ao Presidente em exercício dizer e reafirmar que
esta é uma Casa de muitas facetas, muitas imagens. Os Srs., por exemplo,
olhando ao fundo verão ali cartazes que já se preparam para uma votação amanhã,
onde uma grande parte dos funcionários desejam a votação dos seus planos de
carreira, os considerando bons, outros querem que não se votem aqueles planos,
porque não os consideram bons. Nós estamos aqui praticamente desde o dia 16
envoltos, em votação de projetos polêmicos ante a própria campanha eleitoral,
abandonando a campanha eleitoral até que fez com que muitos tivessem um
insucesso numérico numa eleição, nós seguramente iremos até o final deste ano
votando coisas. Previsto para este fim-de-semana, por exemplo, a votação ou não
do Projeto do Sábado Inglês, projeto extremamente polêmico, mas dentro de todos
estes problemas que nós aqui enfrentamos, pois representamos uma síntese da
sociedade, nós temos solenidades como esta que nos dão uma satisfação muito
grande e nos restauram até a confiança nas pessoas e na comunidade. Uma
homenagem em tão boa hora proposta pelo Ver. Hermes Dutra a um Félix Peter, a
quem eu aprendi a admirar há questão de 10 anos, acompanhando a sua trajetória;
ao Derbi Bordin que já é um pouco mais longo o nosso conhecimento, e se não
fosse assim, eu até quem sabe pensaria mal dele, pois quando assumi a SMIC, ao
receber a sua primeira visita, me disseram: cuidado com o Bordin. Ele tem idéia
de plantar árvores frutíferas no meio da rua. Ele quer regularizar terrenos
para colocar indústrias. Para que, se ele já tem a dele colocada? E quando
assumi a Secretaria de Transportes, em 1973, a primeira coisa que me disseram:
cuidado com o Bordin, ele quer botar uma sinaleira na entrada do Bairro
Anchieta. Aí descobri que fazia 5/10 anos que ele estava tentando colocar uma
sinaleira, tão esperada sinaleira que inauguramos com o Governador do Estado e
uma banda de música, porque depois de 10 anos tentar colocar uma sinaleira,
efetivamente, é uma epopéia. Então estas solenidades dão uma grande satisfação
a esta Casa, satisfação esta que temos com a presença do nosso homenageado
Derbi Bordin, do Sr. Félix Peter, também nosso homenageado, Sra. Marlene
Tarquetto Bordin, Sra. Luiza Nair Peter, Deputado Athos Rodrigues, Dr. Hermann
Cláudio Bojunga, nosso grande Dr. José Zamprogna, que aparece como conselheiro
benemérito da Associação Comercial de Porto Alegre quando ele é conselheiro de
todos nós e não somente da Associação Comercial; Ver.ª Gladis Mantelli, 1ª
Secretária da Câmara Municipal de Porto Alegre; o ex-Prefeito João Antônio Dib,
que agora volta como vereador desta Casa, e queremos agradecer também a
presença de todos os senhores, de todas as senhoras, dos familiares dos
homenageados.
(Levanta-se a Sessão às 18h36min.)
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